Professores da rede municipal participam do Projeto “Sala de Afetos”

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O Projeto “Sala de Afetos – Acolhendo professores”, foi idealizado por Renê Vieira Dinelli, psicólogo educacional e psicoterapeuta, com objetivo de valorizar e fortalecer a saúde mental de professores e demais profissionais da Educação, principalmente neste período de pandemia. A iniciativa é voluntária, gratuita, sendo realizada de forma online e coletiva. Representantes das unidades de ensino agendam o encontro virtual, por meio do perfil no Instagram, Lugar do Sentir (https://bit.ly/3jW2NIF).

Os professores das Escolas da Rede Municipal de Ensino participaram dos encontros que visam acolher o professor, pensar estratégias, os recomeços de aulas presenciais e desafios da docência. Izabel Soares, diretora da Escola Municipal Maestro Eleazar de Carvalho agendou, em maio, a sessão para a participação do núcleo gestor e dos professores. A diretora conta que “é um espaço importante e necessário para lidar com o momento de pandemia. Convidei outros gestores para participar também, vejo como algo positivo divulgar as boas energias e cuidados com os docentes”.

A Escola Municipal Maestro Eleazar de Carvalho, participou por duas vezes do encontro. Lis Viviane Barroso, coordenadora pedagógica, narra a experiência com o projeto, “o psicólogo Renê foi bastante acolhedor, nos trouxe falas reflexivas que acalmaram um pouco a angústia que estávamos sentindo naquele momento. Suas falas foram muito importantes para que tivéssemos um olhar mais generoso conosco”.

Sissi Mendes, diretora da Escola Municipal Cora Coralina, destaca que com a experiência compreendeu as diferentes formas como as pessoas enfrentam esse momento. “Cada pessoa passa de uma forma nesse isolamento, devido à pandemia, é diferente para cada um. Eu posso estar em um barco confortável, enquanto outros estão em uma boia”. A diretora relembra que convidou outros gestores para participar da Sala de Afetos, possibilitando que a ação fosse conhecida pelos colegas. “Convidei para que eles conhecessem e pudessem levar também para o grupo escolar, ampliando a rede de acolhimento”.

As professoras da Escola Municipal Maestro Eleazar de Carvalho relatam a experiência com o Projeto. “Poder compartilhar e ouvir é libertador. Pude participar de duas Salas de Afetos, cada uma abordando um assunto diferente, assuntos estes que se entrelaçam e que ampliam nossa visão. Além desses momentos maravilhosos que tive no Projeto, também vivo essa Sala na escola em que trabalho, o que é muito mais reconfortante. Saber que as pessoas com quem convivo na Escola fazem de qualquer lugar, uma Sala de Afetos”, conta Gabriela Quixadá.

“Nós, professores, precisamos ter esses momentos de escuta e acolhimento. Estamos passando por um momento novo e desafiador. E a nossa saúde mental precisa ser cuidada. Então, esse projeto nos faz perceber que devemos ter uma rede de afetos”, relata Ana Paula Moura.

“Neste momento de pandemia, onde estamos sensíveis por motivos diversos, à Sala de Afetos é um espaço que nos acolhe. Um dos lutos dialogados na Sala de Afetos é o luto da sala de aula. Espaço este autônomo, rico de trocas, aprendizagens e afetividade. Como os alunos, sentimos a falta dessas trocas diárias. É um espaço que nos proporciona reflexões para olharmos com gratidão às coisas simples e diárias, as parcerias que estão sendo fortalecidas entre o grupo de professores. Nunca tinha passado por essa experiência, uma iniciativa que valoriza o exercício de escuta e fala docente”, discorre Havenna Lima.

“Participar da Sala de Afetos é sair com as energias renovadas. Parece que eu tirei um peso das minhas costas. O fato de saber que eu não estou passando sozinha por essas dificuldades, saber que têm pessoas que se preocupam com o nosso bem-estar, com a nossa saúde mental. Porque nós professores, pedagogos, precisamos estar bem para cuidar também das pessoas que estão ao nosso redor e das pessoas que fazem parte da nossa rotina, que é caso dos nossos alunos e da comunidade escolar. Enfim, eu sou muito grata por conhecer, por participar, por ter o acolhimento deste projeto”, narra Crislane Peixoto. (Bruna Marques)